Employee experience, desenvolvimento de lideranças, gestão de jornada compatível com a cultura organizacional e um RH estratégico são apontados como as principais tendências para RH em 2021 segundo pesquisas nacionais e internacionais.
Saindo de um ano atípico, colocamos expectativas para 2021 visando novas possibilidades. No caso da área de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos, muitas adaptações necessárias devido à pandemia de 2020 continuarão sendo tendência no ano atual.
Além disso, estamos vivendo uma transformação constante no comportamento tanto de clientes como de colaboradores, incentivada pela tecnologia e globalização. Sendo assim, é necessário também saber dar respostas rápidas para as novas demandas desse mercado.
Cada vez mais, a atuação do setor de RH se torna mais estratégica para o desenvolvimento da empresa. Por isso, hoje trouxemos para você as principais tendências para gestão de pessoas e RH em 2021.
1. Valorização ainda maior do Employee Experience
Employee Experience, ou Experiência do Funcionário é um conjunto de ações estratégicas que focam no bem estar dos colaboradores e equipes, buscando valorizar o trabalho de cada profissional.
E, de fato, uma das principais e mais significativas tendências para o setor de RH em 2021 é o fortalecimento de uma cultura organizacional humanizada.
Entre outras coisas, isso significa realizar uma gestão de pessoas empática e transparente.
Essa tendência também tem um ponto muito importante: até agora, lidamos com as gerações Babyboomers, Y, X e Z de forma individual, ou seja, analisadas separadamente. Porém, uma pesquisa da Deloitte mostra que, na verdade, a geração não é tão relevante para a harmonia de um time, e sim, o compartilhamento de perspectivas semelhantes.
Sendo assim, o Employee Experience passa a literalmente quebrar barreiras entre as gerações e unificar necessidades, objetivos e comportamentos, o que cria uma comunidade batizada pela chefe de conteúdo Gina Pell de Perennials.
Em outras palavras, Perennials são pessoas que se conectam além de estereótipos e compartilham uma visão de mundo alinhada, também compartilhando essa visão com outras pessoas do seu convívio social.
Por isso, veja a seguir quais as maiores tendências para a experiência desse novo comportamento do colaborador em 2021.
Flexibilização de jornada
O trabalho remoto foi uma das maiores adaptações adotadas como consequência da pandemia. Por outro lado, mesmo com uma possível vacina, o home office chegou para ficar em muitas empresas brasileiras.
Uma pesquisa da Gartner aponta que pelo menos 48% dos colaboradores entrevistados gostariam de manter o trabalho remoto pelo menos de forma híbrida.
Sendo assim, essa flexibilização demanda esforços para criar um fluxo de trabalho que se mantenha alinhado, mesmo que a distância. Nesse sentido, se tornou necessário criar uma forma de comunicação interna clara, objetiva, e de preferência centralizada.
Dessa forma, é possível evitar ansiedade e incerteza dos colaboradores diante da comunicação tecnicamente limitada que a distância impõe.
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Investimento no capital humano
Investir no desenvolvimento de profissionais internos tem o custo muito mais baixo que uma contratação. Isso acontece porque o processo de recrutamento e seleção e o treinamento de um novo colaborador demandam mais tempo e dinheiro que a capacitação de quem já está dentro da casa.
Cada vez mais as empresas percebem que, ao incentivar o crescimento profissional dos seus colaboradores, se torna possível criar um time mais engajado e com maior tendência à inovação. Segundo a pesquisa de Gartner, 68% dos líderes de RH entrevistados afirmaram que o desenvolvimento dos funcionários é prioridade número 1.
Ainda na pesquisa, é demonstrado que as habilidades necessárias para uma vaga aumentam cerca de 10% por ano, e que mais de ⅓ das atribuições pedidas em uma vaga em 2017 já estão ultrapassadas hoje, em 2021.
Sendo assim, investir no desenvolvimento do capital humano da sua empresa capacita os profissionais para atuarem de forma atualizada em suas funções, otimizando seus resultados.
2. Desenvolvimento de lideranças
Esta tendência para RH em 2021 anda lado a lado com a experiência do colaborador.
Desenvolver os profissionais do seu quadro de colaboradores também engloba a possibilidade de crescimento dentro da empresa, como um plano de carreira, por exemplo. Sendo assim, atuais gestores devem ter tato para identificar seus potenciais futuros sucessores.
Para que isso seja possível, é preciso que objetivos e valores da empresa, departamento de RH e atuais gestores estejam todos alinhados. Afinal, todas as decisões tomadas devem reforçar a cultura organizacional da empresa, trabalhando para alcançar uma meta em comum.
Em um artigo para o Google, David B. Peterson diz que, atualmente, é necessário encontrar o equilíbrio entre aprendizado e liderança. Em outras palavras, atuais e futuros líderes precisam ser adaptáveis e ágeis, além de atributos como boa comunicação e empatia.
Afinal de contas, a velocidade em que o mercado muda precisa de maleabilidade andando lado a lado com a estratégia da empresa. Sendo assim, cada vez mais os gestores precisarão agir rapidamente para acompanhar variáveis externas sem perder o foco. Desenvolvimento de soft skills para futuros líderes.
Incentivar desenvolvimento de soft skills para futuros líderes
Além de atributos técnicos, uma das tendências para RH em 2021 é a otimização de soft skills em sua equipe. Soft skills são atributos e qualidades relacionadas ao comportamento do colaborador, como capacidade de trabalhar em equipe, clareza de comunicação e empatia, por exemplo.
A Head of Growth da TiqueTaque Cíntia Siqueira afirma que “Não existe liderança se não houver empatia. Nos tempos atuais, saber respeitar as diferenças, lidar com a saúde mental e criar fluxos de trabalho que sejam conduzidos de forma leve é fundamental para manter o time engajado. A motivação é resultado direto da transparência e clareza dos processos.“
Nesse sentido, Já no CONARH 2020, maior evento de gestão de pessoas e RH da América Latina, era apontado como tendência para o RH a queda de barreiras hierárquicas, onde equipes trabalham juntas em respeito mútuo para um objetivo em comum, e líderes saibam realizar uma gestão humanizada dos seus colaboradores.
Em 2020, a pesquisa da Gartner apontou que o desenvolvimento de gestores da empresa é prioridade número um para 46% dos líderes de RH. Por outro lado, desses líderes de RH, 37% afirmam que seus gestores não estão preparados para essa mudança.
Além disso, um dado importante apontado pela pesquisa da Gartner é de que as lideranças atualmente não são fortes em diversidade. Vamos conversar sobre isso a seguir.
Lideranças com maior diversidade
Como dissemos anteriormente, a pesquisa da Gartner mostra que os quadros de liderança atuais apontam uma deficiência no quesito diversidade.
Apenas 10% dos cargos de gerência das empresas pesquisadas são ocupados por mulheres de minorias étnicas, e 18% de homens em segmentos minoritários.
Ao focar em diversidade nas lideranças, é reforçada a confiança de uma marca inovadora e atual. Uma pesquisa do Edelman Trust Barometer mostra que 92% dos trabalhadores entrevistados esperam que CEOs se posicionem sobre problemas sociais, entre eles, a diversidade.
Além disso, a diversidade em cargos de confiança inspira confiança nos colaboradores, demonstrando acessibilidade e igualdade, e aponta possibilidades para a equipe como um todo.
Atualmente, os profissionais querem fazer parte de uma empresa que compartilhe dos mesmos valores que os seus, onde se sintam acolhidos e representados, fazendo parte de um todo.
3. Gestão de jornada de acordo com a cultura organizacional
Como estamos passando por essa transição para um ambiente de trabalho mais flexível e humano, algumas burocracias passaram a ir contra a evolução desses processos. No entanto, isso passou a apresentar problemas jurídicos nas empresas que não estavam completamente cientes e enquadrados na legislação.
Um desses processos burocráticos seria o controle de ponto.
Mas segundo a legislação trabalhista, esse processo é necessário e obrigatório para empresas com mais de 20 colaboradores. Afinal, o controle de ponto foi pensado para proteger os direitos trabalhistas, evitando excessos na jornada dos funcionários, além de comprovarem que o colaborador recebeu horas extras e compensou o banco de horas efetuado.
Por outro lado, atualmente esse processo não precisa mais ser o mesmo de antes. Nesse sentido, a Portaria 373/11 do MTE regulamenta os chamados Sistemas Alternativos de Gestão de Jornada, que combinam a necessidade do registro de ponto e a eficiência possibilitada pela tecnologia.
O Sistema Alternativo de Controle de Ponto utiliza a internet e armazenamento em nuvem para que todos os dados referentes à jornada dos colaboradores se mantenham centralizados, de forma automatizada, em um software online.
Por exemplo, a TiqueTaque, que é uma solução alternativa de controle de ponto, viabiliza a transparência dos dados de jornada entre empresa e colaboradores, que dessa forma podem acompanhar seus registros, atrasos e saldos de banco de horas por exemplo, diretamente via smartphone.
Como consequência da transparência dos dados, os colaboradores tendem a compreender a relevância da gestão de jornada e o papel desse processo na organização, o que impacta diretamente no engajamento dos registros.
Sendo assim, a gestão de jornada se torna uma aliada poderosa na política de valorização da transparência e bem estar do colaborador, e por isso também é uma das tendências para RH em 2021.
4. RH estratégico e o futuro do trabalho
Com a tecnologia, o RH deixou de ter foco em processos burocráticos que passam a ser automatizados, e se consolidou como peça-chave nas estratégias de crescimento da empresa.
Afinal, essa automatização ocorreu desde o processo de recrutamento e seleção até o gerenciamento de tarefas, e passou a fornecer dados precisos e prontos para serem analisados. Sendo assim, surge a necessidade de que os profissionais de RH e líderes da empresa estejam preparados para realizar essa análise de forma eficiente.
Assim como em outras áreas, analisar dados de gestão de pessoas ajudam a criar estratégias de otimização de equipes, criar perfis de colaboradores e de talentos ideais e fortalecer a cultura organizacional, por exemplo.
A pesquisa da Gartner aponta que uma das maiores preocupações dos líderes de RH é o futuro do trabalho, ao mesmo tempo que afirmam não terem uma projeção e estratégia definidas.
Nesse sentido, a utilização de ferramentas automatizadas para a gestão de pessoas abre inúmeras portas para análise e acompanhamento, permitindo a definição de pontos de melhoria nos processos, adequação de equipes, solidificação da cultura da empresa e até mesmo otimização de orçamentos.
É necessário compreender que a automação não substitui um profissional de RH, e sim, deve ser utilizado por esse profissional para que sejam criadas estratégias de crescimento organizacionais baseadas no capital humano dessa empresa.
Quais são as suas prioridades entre as tendências para RH em 2021? Conta pra gente!