Em Setembro, celebra-se o Setembro Amarelo, um mês de conscientização e cuidados com relação a prevenção do suicídio. Vamos entender mais um pouco sobre isso?
O que é a campanha “Setembro Amarelo”?
O Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização da Vida (CVV). O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque desde 2003, o dia 10 de Setembro tornou-se o Dia Mundial de Prevenção do Suícidio.
Durante o mês da campanha, costuma-se iluminar locais públicos com a cor amarela. O objetivo é promover eventos que abram espaço para debates sobre o suícidio e disseminar o tema para a população, alertando sobre a importância de sua discussão.
No Brasil, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos e no mundo inteiro, são mais de 1 milhão. Essa triste realidade registra cada vez mais casos entre os jovens. Segundo dados da CVV, cerca de 96% dos casos estão relacionados à transtornos mentais, em primeiro lugar está a depressão, seguida pelo transtorno bipolar e pelo abuso de substâncias.
Com o objetivo primordial de prevenção e redução destes números, a Campanha Setembro Amarelo cresceu e se consolidou por todo o Brasil, graças ao apoio das federadas, núcleos de apoio, associados e de toda a sociedade em geral.
O CVV e a prevenção
O principal ponto levantado pelos especialistas é a prevenção. Segundo dados do CVV, cerca de 60% das pessoas que morrem vítimas do suicídio, nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo de toda sua vida. Se levarmos em consideração os números mundiais, são quase 600.000 pessoas. Quantas dessas não poderiam ter sido salvas se tivessem obtido o apoio necessário? Há ainda por boa parte da população um preconceito em relação ao tratamento de transtornos mentais, por isso é tão importante trazer o assunto para o dia a dia.
A importância de trabalhar esse tema nas empresas
O Setembro Amarelo é uma excelente oportunidade para a empresa falar e agir em prol da saúde mental, pois impacta diretamente no bem-estar e na qualidade de vida dos trabalhadores. Com a saúde mental em dia, a equipe desempenha seu trabalho com mais qualidade, engajamento e motivação, o que reflete em benefícios para a empresa e se estende para a vida pessoal desses profissionais.
Para realizar uma campanha realmente efetiva, devem ser pensadas diferentes ações durante todo o mês, como conversas, dinâmicas e atividades em grupo. Pequenas ações já fazem toda a diferença para promover a conscientização e tornar esses dias diferenciados.
As ações devem levar em consideração as características da empresa, observando o perfil da equipe e direcionando para os problemas observados. Esse é o momento para desmistificar as doenças mentais, manter um diálogo aberto e combater o preconceito e discriminação. Organizar ações para o Setembro Amarelo permite oferecer um mês enriquecedor e transformador para os funcionários.
Mesmo as pequenas ações, são sempre bem-vindas. Estimule o diálogo e o acesso às informações. Permita que os funcionários saibam a importância de cuidar da saúde mental, conscientizem para que se cuidem e promovam mudanças positivas no ambiente de trabalho para elevar a sua qualidade de vida.
A palavra da nossa especialista 💜
Conversamos um pouco sobre o tema com a Jessyca Partica (que integra o nosso time de Customer Sucess e Customer Care e é graduada em Psicologia) e ela levantou algumas questões bem pertinentes:
“Nós normalmente não discutimos sobre o suicídio (característica e prevenção) nas escolas, universidades, empresas e nas famílias, mas falar sobre este tema é algo de extrema importância, uma vez que a sociedade ainda o aborda como um tabu e dele se originam muitos mitos, presentes no discurso de muitos como ‘Quem quer faz’ ou ‘Está fazendo isso pra chamar atenção’. Primeiro ponto que é necessário retificar sobre o suicídio, é de que a pessoa que comete este ato, quer exclusivamente encerrar o sofrimento que está passando. Citar umas dessas frases ou banalizar, como: “Eu já passei por isso e deu tudo certo” ou “Todos tem problemas”, não irá ajudar e pode trazer consequências opostas.
Fique atento a sinais e características depressivas, que podem ser, tanto sutis como extremas: perda de prazer em todas ou quase todas as atividades, não sentir emoções como alegria e felicidade mesmo quando acontece alguma coisa boa, alteração de peso, distúrbio do sono, culpa excessiva, dificuldade de concentração, entre outras.
Como posso ajudar então? Direcionando a pessoa a procurar um profissional da área da saúde ou dos locais de apoio como o Centro de Valorização da Vida, por exemplo.
Este mês, como um início de um trabalho contínuo e constante, podemos pensar na palavra-chave empatia, enxergar o mundo com os olhos dos outros, isso pode tanto fazer você entender um outro contexto, quanto trazer um gigantesco autoconhecimento, pois você vai conseguir perceber diferentes perspectivas de uma mesma situação que se não estivéssemos tentando enxergar, ficaríamos somente com nossa visão de mundo limitada.
Enxergar o outro é dar a mão, entender seu ponto de vista e poder ajudar essa pessoa a buscar ajuda.”